Como desenvolver um pneu – pesquisa direcionada, uma gama de materiais e uma definição clara de cada um dos aspectos do processo são as medidas essenciais a se adotar ao se criar um novo produto.
Há várias etapas envolvidas na criação de um composto: a mistura de diferentes tipos de borracha, depois a montagem, em que diferentes componentes são aplicados, seguida de um processo de aprimoramento que dá uma forma cada vez mais definida ao pneu.
O processo é formado por uma série de etapas bem definidas, todas executadas com o máximo de cuidado, e durante os diversos procedimentos um número enorme de substâncias e tipos de borracha pode ser empregado, bem como fibras metálicas – muitas vezes em grande quantidade – que podem chegar a um total de 200 diferentes materiais e substâncias, tais como aditivos, usados na fase de produção juntamente com diferentes tipos de borrachas, tanto naturais, obtidas da extração do látex de plantas específicas, como sintéticas. Em termos de sua estrutura molecular, a borracha natural é formada por 94% de poliisopreno ligado a proteínas, ácidos graxos e outros elementos, sendo facilmente manipulada em altas temperaturas, embora tenha propriedades mecânicas um tanto modestas, como resultado da força relativamente fraca que mantém unidos os polímeros. As borrachas sintéticas, por outro lado, são feitas através de um processo de polimerização. Para a produção de pneus, o ingrediente principal é o polibutadieno, um polímero de butadieno usado na polimerização dos compostos.
Na primeira fase da produção, mais de trinta diferentes tipos de borracha, tanto natural como sintética, podem ser usados para se fazer e definir um novo pneu. Materiais que têm propriedades únicas e específicas, que levam à diferenciação de todo e qualquer produto. A fase de composição e mistura emprega essas diversas borrachas naturais e sintéticas, fundindo e batendo-as juntas em enormes misturadores. A elaboração cuidadosa dos diversos materiais resulta em um composto liso e denso. A fase seguinte é a montagem, em que as características do pneu fabricado são estabilizadas, e que são executadas de acordo com critérios precisos de qualidade e características específicas em termos de resistência e comportamento na pista, sempre mantendo os mais elevados padrões de segurança.
A montagem é um processo com várias fases distintas. Esses processos usam um tambor rotativo, ao qual são presos os materiais usados para moldar o novo pneu. Primeiro, é aplicada uma camada de borracha sintética, a qual forma a câmara de ar para os compostos mais avançados, diferente do passado, não precisam de mais que uma câmara de ar. Uma vez que isso esteja concluído, o processo continua com a carcaça; essencialmente, a armadura que segura e começa a dar uma forma mais definitiva ao produto, feita de borracha e uma densa trama metálica. Em seguida, vem à adição dos talões, que são unidos à carcaça. Tratam-se de cintas metálicas de aço que, além de garantirem que o pneu seja à prova de água, também asseguram que ele mantenha a sua forma circular.
A modelagem do pneu prossegue com a aplicação nos flancos de cintas de borracha com características específicas de resistência e flexibilidade contra deformações, e que precisam suportar as elevadas forças às quais o pneu estará sujeito nessa área sensível de pressão. À medida que os flancos do pneu ganham forma, também aparecem as marcas que permitem a identificação do tipo de pneu. A verdadeira forma do produto é então definida, à medida que a zona adjacente ao cilindro é inflada e o composto ganha forma. A essa estrutura, são acrescentadas no topo as lonas, formadas de padrões cruzados que dão forma à carcaça, antes do posicionamento da base que aceitará a banda de rodagem: a parte que fará contato com o solo e que caracteriza cada tipo específico de pneu. A partir de uma banda de rodagem mais ou menos bem definida, é possível saber a natureza do desempenho do pneu.
Mesmo com os diversos componentes no lugar, o processo de moldagem ainda não está concluído. Apenas depois da fase de vulcanização, o aquecimento da base preparada em um molde especialmente projetado, é possível ter uma ideia mais clara do produto recém-criado.
O assim chamado “pneu cru” é, como dissemos acima, colocado em um molde especialmente projetado pelo tempo necessário para ser vulcanizado, dando forma e solidificando a lateral. Em seguida, centralmente, uma membrana umedecida com água quente, através de pressão, leva o material não refinado na direção das paredes do molde, e então o calor faz o seu trabalho. A 150°C, tem início o verdadeiro processo de vulcanização. O acréscimo de enxofre consolida os entrelaçamentos do polímero, e o pneu adquire suas propriedades elásticas, além de seu formato já definido.
Assim que o processo de vulcanização é concluído, começa a fase que permite que você saiba se o produto acabado está ou não de acordo com o que foi planejado: a etapa de controle. Trata-se de um processo de verificação que usa um instrumento especial de raio-x, além de uma cuidadosa análise por inspetores especializados para determinar, graças ao emprego de tecnologia de alta precisão, se existe alguma imperfeição. Caso haja uma distorção, mesmo que mínima ou imperceptível, das qualidades desejadas, o produto será rejeitado no teste de controle. Caso não, o produto será rotulado como concluído e passará por testes adicionais na pista.