Quando o desenho animado americano Os Jetsons foi criado, na década de 1960, pensar na possibilidade de existir um carro elétrico e autônomo era algo longínquo, quase comparável à ficção científica. A série retratava a vida de uma família futurista e inseriu no imaginário das pessoas o que seria o futuro da Humanidade, com carros elétricos, cidades suspensas, processos automatizados, robôs conectados e tudo o que se imaginava ser uma realidade de muitas décadas – ou até séculos – à frente.
Pois bem, esse futuro chegou – pelo menos na mobilidade. Nos últimos anos, cruzar com um carro elétrico nas ruas não é mais um evento tão inusitado. Eles são um dos caminhos fundamentais para diminuir as mudanças climáticas do mundo, sobretudo geradas pelo aquecimento global.
Estes carros trazem mais autonomia, redução de poluentes e gastos para abastecer. Uma recente pesquisa realizada pela ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) mostra que, em 2021, foram comercializadas 2.851 unidades de veículos elétricos por aqui, um aumento de 256% em relação aos 801 veículos elétricos vendidos em 2020. Já considerando veículos híbridos (aqueles alimentados por combustão ou eletricidade), o número é bem maior e chega a quase 35 mil emplacamentos só em 2021. A expectativa é que o mercado de carros elétricos cresça exponencialmente: hoje, as vendas ficam em torno de 2%, mas espera-se que daqui a 8 anos elas cheguem a aproximadamente 20% do total.
Em contrapartida, quando o assunto é o bolso, os veículos 100% eletrizados, proporcionam uma economia significativa aos proprietários. Um exemplo básico: um veículo de combustão gasta, em média, R$ 78 para percorrer 100km; já um elétrico gasta R$ 18 de energia para percorrer a mesma distância.
Outro ponto a favor dos eletrizados é a redução de emissão de carbono no meio ambiente. Um documento publicado pelo Conselho Internacional de Transporte Limpo mostra que um veículo elétrico com bateria de tamanho médio emite, ao longo da sua vida útil, entre 60% e 68% menos carbono comparado com um veículo de combustão.
O próximo passo do sonho: os carros autônomos
Os carros autônomos, conduzidos a partir de um moderno processo de automação, são o próximo passo nesse caminho da evolução da mobilidade. Para isso acontecer, ainda há alguns desafios a serem transpostos, especialmente na regulamentação da legislação.
Mas já temos parte dessa realidade disponível, visto que alguns modelos já possuem algum tipo de automação que auxiliam os motoristas, sobretudo em situações de emergência. Enquanto não experimentamos na prática a realidade dos veículos 100% autônomos, há diferentes níveis de automação dos veículos:
Nível 1: o veículo é capaz de fazer algumas intervenções, mas a direção depende do motorista.
Nível 2: é o padrão no mercado atual. Os veículos conseguem acelerar, frear e se manter dentro de faixas de rodagem, mas dependem do motorista para assumir a direção em situações de emergência.
Nível 3: O sistema é capaz de conduzir o veículo em congestionamentos, mas depende do condutor para assumir o controle quando solicitado.
Nível 4: o sistema autônomo de nível 4 assume todas as funções do condutor, mas em determinadas situações pode solicitar que o motorista assuma os comandos.
Nível 5: dispensa totalmente os motoristas e os comandos manuais, permitindo dar ordens por meio de comando de voz.
Enquanto já na década de 1960 Os Jetsons tinham casa, carro, robôs, equipamentos e até empregada interconectados entre si num cenário de sonhos para qualquer amante de tecnologia, já começamos a experimentar parte do que se pensava ser possível somente nas telas. E com ganhos significativos em economia, sustentabilidade, funcionalidade e conforto. O futuro está chegando cada vez mais rápido do que imaginávamos. E para o bem de todos!