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Pedalando para o futuro

O aumento do uso das bikes no cotidiano transforma as cidades e os hábitos da população

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Cada vez mais, para onde quer que se olhe, existe uma grande probabilidade de se ver alguém em cima de uma bicicleta. Ultimamente pedalar deixou de ser um ato visto apenas como um simples lazer, tornando-se uma solução prática e sustentável para diversos aspectos do cotidiano. De forma gradual mais as pessoas escolhem a bike para ir e voltar do trabalho, realizar atividades diárias e substituir carro e transporte público em pequenos – ou até mesmo grandes - deslocamentos.

Esse fenômeno vem sendo impulsionado não somente por questões ambientais, mas também pelos múltiplos benefícios que o uso da bicicleta traz à saúde, economia e sociedade como um todo. Nos últimos anos, o Brasil tem apresentado um crescimento significativo no uso de bicicletas, tanto como meio de transporte como para lazer e prática esportiva. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 16% da população utiliza a bicicleta como principal forma de locomoção em áreas urbanas.

Saúde, praticidade e economia

Como mencionado, o crescimento da escolha pelo uso das bikes pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo a necessidade de alternativas de transporte e a busca por hábitos de vida mais saudáveis. Do ponto de vista econômico, a ampliação do número de bicicletas gera impactos diretos na economia urbana. A redução de gastos com combustível, estacionamento e manutenção de veículos motorizados libera recursos financeiros para outros investimentos pessoais e familiares.

A bicicleta também desempenha um papel transformador nas dinâmicas sociais e ambientais, pois, ao ocupar menos espaço nas ruas, reduz possíveis congestionamentos, além de não piora a qualidade do ar e menos dependentes do uso de combustíveis fósseis para todo e qualquer tipo de locomoção. Com isso, a mobilidade urbana caminha para uma realidade mais sustentável e reforça o conceito de que as cidades devem ser voltadas para as pessoas.

Ir e voltar do trabalho

Em meados de 2024, a turismóloga Paula Franchini, que trabalha na área comercial de eventos, passou a utilizar sua bike como meio de transporte para ir e voltar do trabalho no lugar de ir de carro. Aos 45 anos, conta que optou pelas duas rodas da bike por estar insatisfeita com o trânsito de uma cidade grande, sobretudo nos horários de pico. “Eu morei no interior e estava acostumada a deslocamentos rápidos de carro. Quando cheguei a São Paulo e me deparei com os engarrafamentos, repensei minha relação com o carro”.

E não foi apenas a praticidade que motivou Paula a diminuir os trajetos de carro. “A liberdade, a agilidade e o que isso me traz de bom para a saúde foram fatores que pesaram bastante para que eu adotasse a bike como meio de transporte”, diz. Diariamente, Paula – que já participou até de um grupo de pedal noturno - percorre aproximadamente 20 quilômetros de bicicleta para cumprir suas tarefas e não se arrepende da sua escolha, aliás, estimula outras pessoas a seguirem pelo mesmo caminho. “Só tem ganhos, por isso, não tenham medo e adquiram o hábito o quanto antes”.

Saúde, liberdade e paz

Não é apenas nos grandes centros que a bike tem conquistado seu espaço pelas ruas. O professor universitário e pesquisador Fernando Henrique Cristovan, morador de Jataí, cidade com pouco mais de 100 mil habitantes no sudoeste de Goiás, nutre uma paixão por bikes e há 20 anos pedala por esporte e lazer. “Sou apaixonado por bicicletas desde criança, quando ganhei uma Monareta amarela. Mas foi fazendo doutorado em São Carlos (SP) que passei a considerar andar de bike um esporte e usá-la para aliviar um pouco a pressão do curso. A partir desse momento foi um caminho sem volta, comecei a treinar e cada dia mais me aprofundar no mundo das bikes”, conta.

Ao menos três vezes por semana Fernando percorre distâncias entre 25 e 30 quilômetros, sempre acompanhado por alguém ou em grupos maiores, entre 10 e 15 ciclistas de Jataí. “A bike me traz liberdade e paz. Quando estou pedalando, consigo me encontrar e organizar meus pensamentos”, diz o pesquisador. Ele destaca que, além de benefícios à saúde mental, seu corpo também agradece. “Em relação à saúde física, consigo manter o peso e controlar as taxas lipídicas. Mentalmente me mantenho são”.

“Quando você começa a pedalar, dificilmente desiste. Para quem estiver iniciando, minha dica é: invista em um bom selim e um bom jogo de rodas e pneus, itens fazem muita diferença para quem está no começo. O primeiro dará conforto ao ciclista e segundo segurança”, diz.

Quer começar? Veja dicas importantes:

Escolha a bike
Tipo: Defina se você quer uma bicicleta de estrada, montanha ou híbrida.
Tamanho: Verifique o tamanho adequado.
Conforto: Faça um teste para garantir a comodidade.

Equipamentos essenciais
Capacete: Sempre use um capacete para a sua segurança.
Luvas e óculos: Seu uso traz proteção e conforto.
Iluminação: Utilize luzes dianteiras e traseiras para visibilidade, especialmente à noite.

Roupas adequadas
Conforto: Use roupas leves e respiráveis.
Cores vivas: Prefira cores chamativas para ficar facilmente visível.

Planejamento de rotas
Trilhas e ciclovias: Procure por rotas seguras e agradáveis.
Mapas e apps: Use aplicativos para encontrar e planejar rotas.

Segurança no trânsito
Sinalização: Aprenda a sinalizar suas intenções.
Respeito às regras: Obedeça a semáforos e sinalizações.

Comece devagar
Distâncias curtas: Inicie com trajetos curtos e aumente gradualmente.
Frequência: Tente pedalar algumas vezes por semana.

Divirta-se!
Exploração: Use a bicicleta como uma forma de explorar novas áreas.
Conexão com a Natureza: Aproveite a experiência ao ar livre.

O aumento expressivo no uso das bicicletas é mais do que uma tendência: é uma resposta eficiente aos desafios do nosso tempo, aliando saúde, economia e bem-estar social a um modo de vida mais equilibrado e conectado com as necessidades do planeta. Entre nesse movimento!

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