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Mais do que negócios, uma parceria: Pirelli e Stock Car

A fabricante de pneus e a categoria têm suas histórias misturadas e não é só pelo fato de que as duas estão juntas quase em sua totalidade desde o princípio, em 1979. É também porque elas compartilham dos mesmos sentimentos: velocidade, adrenalina e, acima de tudo, qualidade

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Competição: uma palavra que a Pirelli já escreve em seu livro de história há mais de 110 anos no motorsport. É disso que a empresa tem o orgulho de fazer parte. Seja na competição de mercado ou, como iremos tratar aqui, na essência mais profunda, que é a disputa das pistas de corrida. A antiga expressão de que o automobilismo é um laboratório para construir produtos melhores é real para a Pirelli, já que foi onde diversos de seus cases de maior sucesso foram desenvolvidos, lançados e, posteriormente, evoluídos.

E trazendo o contexto para o Brasil, há uma categoria que a Pirelli se orgulha muito de fazer parte e estar junta quase desde sempre e não meramente fornecendo os pneus, mas sendo realmente uma parceira, fomentando o esporte e fazendo com que todos cresçam juntos. Essa, por sinal, é a maior categoria do automobilismo brasileiro: a Stock Car.
 
Falamos com Carlos Col, presidente da Vicar, a promotora do evento, e ele enalteceu esse movimento histórico da Pirelli em apoiar o esporte a motor. “O automobilismo é um esporte de muita complexidade tanto na parte técnica quanto na de marketing. Se você tiver um patrocinador com tradição e vivência na aplicação deste patrocínio, como é o caso da Pirelli na F1, por exemplo, você terá nele um parceiro que saberá aproveitar as oportunidades – e que tende a ficar satisfeito e a realizar ações que contribuam não apenas com a sua marca, mas com a categoria como um todo”, disse Col.

E do lado da Pirelli pode-se dizer o mesmo. “É de extrema importância termos campeonatos fortes, com disputas acirradas e grandes pilotos, como é o caso da Stock Car. Pois é assim que conseguimos evoluir nossos produtos ao máximo, levando esse know-how das pistas para a rua, de uma forma que quem ganha é sempre o consumidor, seja ele torcendo e acompanhando a um espetáculo nas pistas de corrida ou ele experimentando de fato o resultado dessa equação em seu próprio carro, onde o produto que usa vem diretamente desse conhecimento adquirido no esporte”, disse Fabio Magliano, gerente de produtos Car e Motorsport da Pirelli para a América Latina. 

Não podemos esquecer que, por trás desses produtos de primeira linha, existem pessoas altamente qualificadas que trabalham a quatro, seis, oito ou mais mãos para que tudo saia dentro dos conformes e que a parceira rume para o lado correto, alinhada e nos eixos. “Ter uma empresa com a expertise da Pirelli nos apoiando é muito importante, especialmente se você quer manter a competição em um alto nível, como é o caso da Stock Car. Os técnicos das nossas equipes e os nossos pilotos possuem uma capacidade técnica enorme, que é toda empregada no campeonato, e por isso parceiros do nível da Pirelli são fundamentais para atendermos esse elevado nível de exigência”, revelou Col.

Para Magliano, outro fator que deve ser colocado em jogo, além do humano e da qualidade, é o da competitividade: “Não adianta nós entregarmos um material de qualidade se ele não tiver linearidade. Temos, sempre, que ter padrão técnico e de produto uniformespara que, dentro das pistas, vença quem for o melhor, o que souber acertar melhor o carro, não quem tem um produto, um pneu, melhor do que outro”, comentou Magliano.

Pirelli P Zero que equipa os carros da Stock Car – Crédito: Duda Bairros/Vicar


E nessa questão, Col confirma que, além de tudo que a Pirelli entrega,  ser homogêneo é um dos principais requisitos. E essa equiparação pode ser vista dentro dos autódromos: “Se você levar em consideração que idealmente os carros de corrida são construídos pensando-se nas especificações dos pneus que usarão, então você entende como este elemento é fundamental para o esporte. Dito isso, eu acho que podemos considerar que a Pirelli teve diversos momentos de destaque na história da Stock Car, pois sempre tivemos que trabalhar a equação pneu-carro de forma a gerar um grande equilíbrio na pista. No Q1 de Cascavel desse ano, por exemplo, dos 24 carros, 23 estavam dentro do mesmo segundo. Isso é perto da perfeição em termos de ajuste de equilíbrio”, revelou o dirigente da Vicar.

Col encerra lembrando um fato que marcou demais a categoria: quando seus carros foram trocados, na década de 2000, passando a ser a competição automotor mais moderna e de alto nível da América Latina. E a Pirelli, novamente, teve papel chave nessa vitória do esporte. “Um dos momentos mais importantes foi em 2000, quando deixamos de competir de Chevrolet Omega para usar uma nova plataforma específica de competição. A carenagem era do Vectra, mas todos os sistemas, como chassi, freios e demais componentes, eram produzidos para o automobilismo de alta performance. Nesse momento precisamos contar muito com a expertise da Pirelli no desenvolvimento do pneu, que é o elemento responsável por fazer a transição da performance oferecida pela nova plataforma para o asfalto. Como todos sabem, esse projeto foi um sucesso”, finalizou Carlos Col.

Chevrolet Vectra da Stock Car no começo da década de 2000 – Crédito: Vicar


Hoje, Pirelli e Stock Car continuam competindo juntas, correndo lado a lado como um time em uma corrida e liderando a prova que ainda está longe do fim, mas cuja vitória, com todo esse entrosamento, já é certa.