“Velocidade, eu sou a velocidade”. A cena inicial do famoso filme Carros, obra da Pixar de 2006, mostra o personagem principal do filme, Relâmpago McQueen, se concentrando para a disputa da corrida da sua vida. O som dos motores, a música que aumenta, o personagem falando, tudo editado monta uma experiência para os sentidos que relembra com muita competência a experiência que os amantes de velocidade sentem ao comparecer a um autódromo. Estar no local, sentir na pele o que os carros, motos ou caminhões, produzem de barulho, sem filtros ou limites, completa a imersão que, infelizmente, não pode ser totalmente replicada de longe.
A pandemia do novo coronavírus alterou muitos costumes da nossa sociedade e, um deles, foi o esporte. Competir se tornou algo mais raro, foram meses sem motores sendo ligados no mundo real e, por isso, algo que já era popular acabou se tornando ainda mais famoso: os simuladores. A oportunidade de levar ao fã algo que ele sente muita falta, a competição, adrenalina, excitação por acompanhar os veículos mais desejados do mundo rasgando as retas por todos os cantos do planeta a velocidades que nunca conseguiremos alcançar por conta própria. Além disso, esta conexão ainda criou algo até pouco tempo impensado, deixando vários dos pilotos da vida real mais próximos dos virtuais, já que foram muitos os casos de competidores que, sem poderem acelerar nas pistas, foram para o mundo virtual matar a saudade.
Atualmente, felizmente existem muitas possibilidades distintas de tecnologia para acelerar virtualmente, com níveis diferentes de investimento, por isso vamos falar um pouco sobre elas. Como quanto gastar é algo pessoal, vamos focar nas plataformas e aí, para poder competir, claro que é necessário ter, pelo menos, um videogame ou computador capaz de rodar o jogo de corrida que você quer aproveitar. E não é preciso muito para isso, um bom controle já é capaz de entregar uma experiência divertida no jogo, algo muito superior a um teclado, por exemplo. Mas se sua vontade é ir além, basicamente o céu é o limite. Para tudo, quando falamos de imersão, anote esta palavra-chave: force feedback.
Esta tecnologia, que existe desde a década de 1980, é a responsável por fazer você sentir por meio do volante o que está acontecendo na tela e faz total diferença. O que o carro está fazendo, como os pneus se comportam, aceleração, frenagem, contorno de curva, tudo é simulado e jogado para o piloto graças a ela. Por isso, quanto mais você investir em um equipamento de ponta, melhor será sua experiência. Mas qual escolher? Bom, depende da sua vontade, mas vamos explicar um pouco sobre onde você pode investir. Os volantes com force feedback são divididos em três formas de entrega da imersão: por meio de engrenagens, cintas ou direção direta. Não por acaso, as duas primeiras são as mais acessíveis e baratas, pois não entregam 100% do que você poderia receber.
Porém, quando pensamos em volantes com direção direta, aí sim passa a ser algo mais sério. Estes equipamentos, de longe os mais caros, passam sem qualquer tipo de filtro tudo que acontece no jogo, com mais força, precisão e ações cristalinas. Ou seja, se você quer a melhor experiência possível, não há outra escolha. Com o tipo certo de volante escolhido, ainda é possível investir pesado em mais alguns acessórios como óculos de realidade virtual. Embora algumas pessoas acabem não gostando da experiência, os óculos de RV, aliados com o volante e um bom fone de ouvido, colocam o piloto virtual dentro da pista. Este conjunto todo pode custar dezenas de milhares de reais, e não significa que você irá vencer, afinal habilidade de cada competidor faz toda a diferença, mas vai garantir que você volte para o estado citado no começo deste texto. Quando você está focado, sem distrações, recebendo todos os estímulos possíveis da forma mais cristalina e podendo pegar o seu veículo de desejo, seja ele de duas, três, quatro ou mais rodas, acelerando sua paixão desta forma se torna a melhor experiência virtual possível.
