A mensagem é a mesma e ganha destaque em todo mês de outubro. Entretanto, muitas vezes não é levada tão a sério pelas pessoas a quem o assunto diz respeito. Já que quando o tema é o autoexame de mama e a mamografia, muitas das mulheres que estão lendo este texto evitam pensar no pior. Assim, procrastinam um possível e fundamental diagnóstico.
A campanha do Outubro Rosa surgiu nos Estados Unidos, quando diversos estados se uniram para realizar ações sobre o câncer de mama, e hoje o mundo inteiro abraça essa mobilização. A data é celebrada anualmente, com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença; proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.
A prevenção, porém, é algo que dever ocorrer durante todos os meses do ano, mas é fato que uma campanha como a Outubro Rosa exerce forte influência sobre as mulheres do Brasil. No entanto, vale ressaltar também da importância da prevenção do câncer de mama em todas as pessoas, inclusive homens. Um artigo publicado por médicos brasileiros, em setembro de 2022, na Public Health in Practice, mapeou as campanhas de prevenção ao câncer de mama realizadas durante o Outubro Rosa, além do impacto delas no comportamento das mulheres em relação às mamografias.
Os pesquisadores analisaram dados do período entre 2017 e 2021, constatando que nos meses posteriores à campanha, o número de mamografias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi até 39% maior em relação a outras épocas do ano. Mais precisamente, no mês de outubro, o número de mamografias cresceu em média 33%, em novembro o aumento foi de 39% e em dezembro 22%.
Esses dados destacam a importância das campanhas de prevenção, mas ligam o sinal de alerta para os outros meses do ano. De acordo com dados do Governo Federal, 66.280 novos casos da doença são registrados por ano. Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de mama matou 18,2 mil mulheres no ano passado, uma média de quase 50 vítimas por dia.
Quando identificado precocemente, no chamado estágio I, o índice de cura é de até 95%. Na fase III da doença, esse índice cai para cerca de 40%.
“O Brasil é um país continental, possui grandes diferenças sociais, culturais e de acesso à saúde em seus estados. A busca pela mamografia deve ser sempre realizada pelas próprias mulheres, tornando-as corresponsáveis pelo diagnóstico do câncer de mama, reforçando assim a necessidade das Campanhas discutidas nesta pesquisa, mas principalmente que não se limitem a apenas um mês”, conclui o estudo conduzido pelo mastologista Marcelo Antonini.
Pensemos em uma corrida automobilística: para completar uma prova é necessário o monitoramento constante dos pneus. Pressão e temperatura são apenas dois dos fatores fundamentais a serem considerados. Imagine só se em uma das voltas o engenheiro simplesmente deixasse de acompanhar o desempenho dos pneus. O que poderia acontecer com o carro e, por consequência, com o piloto?
Portanto, lembre-se: cada volta é importante. Não negligencie sua saúde. Previna-se.