O desafio
O que acontece colocamos um Audi R8 GT3 preparado para corrida contra uma Superbike da Ducati para campeonatos mundiais? Quem pode responder isso é Davide Giugliano, piloto de fábrica para a equipe Ducati - Aruba.It no Campeonato Mundial de Superbike, equipado com pneus Pirelli: a série usa motos e pneus baseados nos modelos de produção para garantir uma corrida acirrada no mundo todo.
Da mesma forma, o Blancpain GT Series, mais um dentre os cerca de 300 campeonatos supridos pela Pirelli no mundo todo, também faz uso de versões para corrida de supercarros para utilização em estradas em uma competição acirrada.
Mas quem sairia vencedor ao colocar uma moto para disputar contra um carro? Essa discussão daria “pano pra manga”. A moto é mais veloz na aceleração, mas o carro para e faz curvas mais rápido graças aos pneus mais largos e à força descendente. Veja dessa forma: a área de contato entre o pneu e a estrada em um carro de corrida é semelhante à área de uma folha de papel A4 multiplicada por quatro. Já em uma moto de corrida, essa área é menor do que uma promissória bancária multiplicada por dois. Então, quanto pergunta, qual veículo é mais rápido, isso depende puramente do circuito.
Monza recebeu a mais recente rodada do Blancpain GT Series com um grid cheio - 57 carros – e uma motocicleta. Gugliano exibiu sua Ducati contra um Audi preparado para corrida, com a moto vencendo toda a corrida desde a arrancada, da largada à chegada, em Monza.
E o vencedor é?
Difícil de dizer: em vez de uma competição de sprint, a corrida foi uma demonstração com um número definido de voltas; mas Giugliano sabe qual é o seu preferido. “A moto, para mim, é mais prazerosa, mais envolvente”, disse o campeão da edição de 2011 do Superstock 1000. “O carro também é prazeroso, é claro, mas não dá para compará-lo com a moto: é completamente diferente”.
Examinando os tempos da pole em Monza na respectiva série, provavelmente a moto seria mais rápida por poucos segundos, mas há muitas variáveis.
Giugliano já teve a chance de testar o carro Audi R8 GT3, uma vez que tanto a Audi como a Ducati pertencem ao grupo Volkswagen, o que possibilita a realização de uma série de atividades cruzadas. No entanto, diferente de muitos pilotos de moto do passado, o piloto de 26 anos de idade não tem planos concretos de passar para as quatro rodas. Por ora, John Surtees continua sendo o único vencedor de uma competição mundial tanto de ca
“Nunca diga nunca, mas não é algo que esteja em meus planos”, ressalta. “Dirigir carro é muito prazeroso e gostei de dirigir o Audi quando o experimentei antes, mas as motos são o que eu sei fazer: os carros envolvem um tipo diferente de habilidade. Não estou seguro de que seria bom nisso!”
Oponentes incomuns – mas ambos com pneus Pirelli
O que mais surpreendeu o piloto foi a sensação de competir contra algo que não era uma moto. A julgar pela reação entusiasmada do público, o duelo foi um dos destaques da corrida do fim de semana.
“Ver o carro lá foi bastante esquisito: meio que surreal”, concluiu Giugliano, que teve de lutar contra uma lesão sofrida no ano passado para voltar a competir novamente. “Realmente, não estou acostumado a esse tipo de coisa, mas foi um desafio muito interessante para mostrar as diferenças entre o carro e a moto e acredito que as pessoas tenham gostando muito de assisti-lo. Não dá para dizer que um é melhor do que o outro: são simplesmente diferentes e ambas as máquinas são fantásticas com as suas diferenças. Tenho um respeito enorme pelos motoristas que competem aqui”.
E os motoristas têm o mesmo respeito pelos pilotos de moto. Embora a Ducati e a Audi sejam extremamente diferentes, elas têm pelo menos dois pontos em comum: a coragem e o comprometimento necessários para extrair o máximo de performance - além dos pneus Pirelli que equipam as duas.