A Fórmula 1 está de volta! A categoria máxima do esporte a motor mundial anunciou seu retorno, marcado para o fim de semana do dia cinco de julho, no GP da Áustria, e separamos algumas das vitórias mais emblemáticas e curiosas da Pirelli na F1. Resolvemos deixar de fora dessa lista os anos mais recentes, em que a empresa atua como fornecedora exclusiva desde 2011, para focar no passado, revivendo grandes momentos que passamos juntos com a categoria.
Na primeira corrida, a primeira vitória
Silverstone, 1950
Farina conduz sua Alfa para a vitória em Silverstone, 1950
A Fórmula 1 estreou em Silverstone, no GP da Grã-Bretanha, em 1950. Muito glamour marcou essa primeira prova, com pilotos de diferentes nacionalidades e várias equipes disputando a prova. Mas ninguém foi páreo para a Alfa Romeo, que colocou seus quatro carros nas primeiras posições do grid de largada e terminou a prova com três pilotos no pódio. Giuseppe Farina venceu partindo da pole, fez a melhor volta da corrida e deu um importante passo para se sagrar o primeiro campeão mundial da história da Fórmula 1 – tudo isso de Pirelli. Em comemoração a essa corrida, em 2020, o segundo GP em Silverstone será chamado GP dos 70 anos da Fórmula 1.
A vitória de dois pilotos
Aintree, 1957
Carro da Vanwall apoiado sob os Pirelli antes da corrida de Aintree, 1957
O GP da Grã-Bretanha de 1957 foi realizado em Aintree, ao invés de Silverstone. A prova era a quinta do campeonato e estavam todos contra Fangio, que liderava o certame com folga. A Vanwall tinha grandes pilotos em seu cartel e, por não ter participado de todas as provas da temporada, estava desesperada por tentar lutar contra Fangio. Numa corrida para lá de maluca, onde muitas trocas de posições e quebras aconteceram, como do próprio Fangio, pela primeira vez na temporada, e de Moss, o até então principal piloto da Vanwall. Percebendo que uma das poucas chances para o campeonato era colocar Moss de volta à prova, o chefe da equipe fez algo praticamente impensável, colocando o inglês de volta à corrida... mas como, se tinha abandonado o GP? Simples: chamaram seu companheiro Brooks para um pit stop e aconteceu a troca de pilotos, também. Resultado? Moss manejou até a vitória e, pela terceira e ultima vez na história da Fórmula 1, dois pilotos foram coroados como vencedores da corrida! E claro, de Pirelli!
O reinado de um mago
Nurburgring, 1957
Fangio prestes a retomar a ponta do GP da Alemanha de 1957
Juan Manuel Fangio já era um multicampeão nessa época. E na mítica pista de Nürburgring, para o GP da Alemanha de 1957, ele e sua Maserati equipada com pneus Pirelli deram um verdadeiro espetáculo. Largando da pole, caiu para terceiro ainda na saída. O argentino tomou a liderança ainda na terceira volta, mas na hora de seu pit stop, tudo foi por água abaixo. Numa parada extremamente demorada, onde trocou seus quatro pneus e reabasteceu seu carro, quando retornou dos pits, a margem de distância que estava de seus concorrentes praticamente inviabilizaria uma vitória. Mas nada disso abalou Fangio, que numa sequência incrível de quebras de recorde de tempo de volta, passou todos os concorrentes para vencer de forma brilhante e ser coroado com seu quinto e último título mundial de pilotos. Esse também foi o último canto do argentino, que só correu em provas esporádicas em 58, sem vitórias, para se aposentar ao final da temporada.
O auge da era turbo
Paul Ricard, 1985
Piquet sofreu com sua Brabham em 1985, mas venceu o GP da França
A Fórmula 1 de 1985 estava sob domínio da McLaren de Alain Prost e Niki Lauda, mas com Ferrari, Williams e Lotus logo atrás, disputando todas as corridas. A Brabham vinha bem aquém no campeonato, mesmo tendo Nelson Piquet, na época um bicampeão da categoria, como piloto. A chegada do GP da França de 85 marcou o retorno da F1 ao continente europeu bem no auge de seu verão. Um escaldante sol castigava todos os pilotos, mas quem parecia menos sentir era a Brabham calçada com os pneus Pirelli. Fazendo jus de seu motor BMW super potente e da reta mistral de 1,1 km de comprimento, a Brabham chegou a marcar 338 km/h de velocidade máxima no treinos, enquanto a Tyrrell, que na época utilizava motor aspirado, chegava a 277 km/h. Piquet partiria da terceira fila na corrida, mas fazendo jus de seu motor e seus pneus, foi passando um a um até assumir a liderança. Senna chegou a fazer um pitstop para troca de pneus para tentar acompanhar Piquet, mas rodou após um estouro de motor. Essa foi a única vitória de Nelson pela Brabham, já que o piloto mudou para a Williams no ano seguinte para, em 87, conquistar seu terceiro e último título mundial.
A vitória da durabilidade
Hermanos Rodriguez, 1986
A bela Benetton de Berger em 1986 deu a ele sua primeira vitória na F1
A Fórmula 1 retornava ao México após um grande hiato. E, apesar do autódromo ser o mesmo, a pista recebeu grandes modificações em seu traçado e nas áreas de escape para receber novamente o circo da categoria. Senna, extremamente veloz com sua Lotus nas classificações, fez novamente a pole position, a oitava dele na temporada. Logo depois estava a dupla da Williams, Mansell e Piquet, e um jovem austríaco, na quarta posição, também por uma jovem equipe, a Benetton, de Pirelli. No começo da prova, Berger pulou para a terceira posição sob o sol escaldante da altitude mexicana. Na sétima volta todos tinham que parar para trocar os pneus, que estavam se desfazendo na pista quente, menos ele, Berger, que seguia firme e forte com seus Pirelli. E quando todos achavam que o seu rendimento ia cair, ele continuava abrindo vantagem, mesmo com pneus mais rodados do que todos. Ninguém foi páreo para Berger naquela prova, sendo que a corrida ainda teve um gosto todo especial para o austríaco, já que foi a sua primeira vitória na Fórmula 1, assim como a primeira da Benetton.
A vitória da esperança
Gilles Villeneuve, 1991
Por essa Piquet não esperava... mas a vitória foi muito bem-vinda
A Williams, no começo da década de 90, mais especificamente em 91, 92 e 93, era imbatível. O carro era extremamente tecnológico e veloz, cheio de aparatos computacionais, porém ainda sofria com problemas de confiabilidade. Com isso, Senna se aproveitou e venceu as quatro primeiras corridas da temporada, com Mansell e Patrese, a dupla da Williams, completando somente uma corrida cada. Mas no Canadá, tudo caminhava para ser diferente. A Williams colocava seus dois carros na primeira fila da prova e, numa corrida onde seus principais concorrentes iam ficando pelo caminho, era só levar o carro até o final para vencer. Patrese teve um furo de pneu e caiu para atrás, mas Mansell estava muito tranquilo na liderança. Na última volta, quando já acenava para a torcida, caminhando para sua primeira vitória do ano, foi tão lentamente com seu carro que o motor ficou com rotações tão baixas que entrou em modo de segurança, deixando-o parado a poucos metros da linha de chegada. Melhor para quem? Nelson Piquet e sua Benetton, também calçado com pneus Pirelli, que estava em segundo lugar, e aproveitou para vencer sua última corrida na Fórmula 1. Reza a lenda que Nelson Piquet gargalhava dentro do capacete quando viu Mansell parado, com problemas. Eles já haviam sido companheiros de equipe na Williams, no passado, e sabia que o leão inglês era mestre em fazer paspalhadas.
EXTRA: O assombro da classificação
Phoenix, 1990
Jean Alesi quase venceu com a Tyrrell o GP dos Estados Unidos em 1990
Com contratos basicamente para equipes pequenas do grid, a Pirelli assombrou a categoria na primeira etapa de 1990, quando introduziu os Pirelli P Zero de classificação. A fabricante conseguiu colocar cinco pilotos nos primeiros dez lugares do grid de classificação, isso incluindo Pierluigi Martini na segunda colocação, com a modesta Minardi, a apenas 0s067 de Gerhard Berger, o pole, com a McLaren. A prova marcou um embate histórico entre um jovem Jean Alesi, de Tyrrell, com Pirelli, e Ayrton Senna, onde travaram uma das batalhas mais épicas da temporada. Ao final, Alesi chegou perto de vencer, mas Senna se deu melhor.