Charles Miller trouxe suas bolas de futebol da Inglaterra para o Brasil em 1894, e conseguiu convencer a comunidade britânica no país sobre a nova competição. No começo era um esporte elitista, só participava a burguesia branca. Os demais imigrantes, junto com os monarcas brasileiros logo seguiram o exemplo dos ingleses e então, clubes e ligas começaram a ser formados para participar do torneio e foi fundada a Federação Brasileira de Sport (FBS) em 1914 e a Confederação Brasileira de Futebol, a CBF, em 1915.
Assim surgiu a paixão pelo esporte no Brasil, que em pouco tempo se popularizou. Logo se viam jogadores combinando o estilo europeu da época com elementos de capoeira, e venciam não somente o controle físico do adversário, mas usavam a ginga para engambelar, confundir, driblar e deixá-lo para trás.
Essa ginga sempre acompanhou os jogadores brasileiros, mas a combinação perfeita da técnica, visão de campo e o controle absoluto da bola em cada disputa, tornaram alguns jogadores verdadeiros reis do futebol mundial.
Nascido em 1913 no Rio de Janeiro, Leônidas da Silva foi o primeiro dos jogadores imortais da seleção brasileira, já nos anos 30. Foi classificado como “homem-borracha” pela sua elasticidade em campo, as jogadas impossíveis e chutes improváveis que marcaram sua carreira. Leônidas foi o pioneiro da famosa “bicicleta”. Conquistou o campeonato estadual por três dos quatro grandes times do Rio e foi campeão pelo tricolor paulista nos anos 40. Jogou pela seleção verde-amarela nas eliminatórias e nas copas de 34 e 38.
A história de superação de Mané Garrincha também marcou o Brasil. Nascido com uma deficiência na coluna e uma perna 6 cm mais baixa que a outra, Garrincha impressionou e emocionou a todos com seus incríveis dribles. Protagonizou lances geniais, de moleque, e uma forma de jogar o simples e fácil do futebol. Conquistou os títulos mundiais de 1958 e 1962 para a seleção brasileira, levou a bola de ouro da FIFA, e disputou campeonatos nacionais pelo Botafogo na maior parte de sua carreira.
“Vamos juntos, vamos, pra frente Brasil, salve a seleção”. Embalados pelo refrão da música da seleção canarinho na copa de 70, assim que classificados, nossos ídolos trouxeram resultados incríveis, entretenimento ao povo e a taça do mundo. A seleção brasileira era considerada como uma das mais eficientes equipes na história das Copas. Pelé, Rivellino, Tostão, Gérson, e outros craques, não deram chance aos adversários. Foram seis vitórias em seis jogos! Árbitros, presidente e treinadores se renderam ao time comandado por Mário Jorge Lobo Zagallo, que, além de técnico, também já havia se consagrado como jogador - foi tricampeão pelo Flamengo, bicampeão pelo Botafogo e bicampeão mundial pela seleção brasileira nas Copas de 1958 e 1962.
O craque Roberto Rivellino, no auge de sua carreira como ponta-esquerda e ídolo incontestável de duas torcidas, Corinthians e Fluminense, também fazia parte da seleção do ouro de 70. Sempre com dribles curtos irresistíveis e chutes poderosos com a perna esquerda, Rivellino foi inspiração de ninguém menos que Diego Maradona. Em sua carreira fez 473 jogos pelo Corinthians com 144 gols marcados. Pelo Fluminense foram 158 jogos e 53 gols. Disputou 122 partidas pelo Brasil (contando jogos de amistoso) e fez 43 gols. Em partida oficial, entrou em campo 94 vezes pela seleção, sendo o terceiro jogador que mais vestiu a camisa amarela.
José Arantes do Nascimento, ou simplesmente Pelé, o camisa 10 e maior jogador de futebol de todos os tempos, fez parte das equipes brasileiras campeãs do mundo em 58, 62 e 70. Já impressionava desde o início de sua carreira, iniciada aos 15 anos de idade como jogador profissional pelo Santos. Marcou o primeiro gol profissional ao completar 16 anos, liderou a artilharia do campeonato em sua primeira temporada e foi recrutado para representar a nação brasileira. O mundo foi oficialmente apresentado a Pelé na Copa do Mundo de 1958 na Suécia. Mostrando sua velocidade notável, espetacular atletismo e visão de campo. Temido por zagueiro e goleiro. Pelé era um goleador, destemido, dono de uma habilidade incomparável, o que lhe possibilitou jogar em diversas posições do ataque. A eliminação da seleção na copa de 1966 gerou mais garra para a próxima conquista do rei. Fez 1.281 gols em 1.363 jogos. Pela seleção ele também é recordista: artilheiro com 77 gols em 91 aparições oficiais. Um mito, uma lenda do futebol não somente para o Brasil, no final todas as nações se renderam ao seu show no gramado.
Pelé serviu de inspiração para vários jovens atletas que seguiram a sua geração. Zico foi um dos que acompanharam de perto as conquistas do rei. Sempre muito carismático, foi líder da vitoriosa trajetória do Flamengo nas décadas de 1970 e 1980, com o ápice nas conquistas da Taça Libertadores da América e da Copa Intercontinental pela equipe carioca, além dos títulos do Campeonato Brasileiro de 1980, 82, 83 e da Copa União pela seleção.
Eleito por três vezes o Jogador do Ano da FIFA e duas vezes campeão da Bola de Ouro, Ronaldo Nazário foi carinhosamente apelidado como “Fenômeno”. Um jogador especial, craque em dribles com velocidade, fintas e finalizações perfeitas. Seu nome está no FIFA 100, uma lista dos maiores jogadores vivos, e também no Hall da Fama do Museu Brasileiro de Futebol. Ronaldo defendeu a seleção brasileira em 98 partidas, marcando 62 gols. Ele é o segundo maior artilheiro da seleção. Sua grande derrota veio de duas importantes contusões que o deixaram fora de campo. Ronaldo jogou pelo Cruzeiro e pelo Corinthians no Brasil, mas sua carreira internacional conta com passagens memoráveis e milionárias em grandes clubes: uma temporada pelo Barcelona em 1996-1997, 5 anos defendendo o Inter de Milão, 4 anos pelo Real Madrid e uma temporada pelo AC Milão. E suas medalhas também não se limitam: Liga dos Campeões da UEFA, Supercopa da Espanha, Campeonato Paulista e a tão sonhada Copa do Mundo.
Nascido em 5 de fevereiro de 1992, em São Paulo, Neymar Jr chamou a atenção por suas impressionantes habilidades de futebol ainda muito novo. Seguindo os passos do grande ídolo Pelé, Neymar apareceu como uma estrela no Santos FC quando adolescente. Sua estréia no time principal aconteceu quando ainda tinha 11 anos e desenvolveu ainda mais suas habilidades até entrar para o grupo profissional em 2009. Ele joga principalmente como um atacante central, com velocidade, dribles incríveis e sem medo de combate. Ganhou quatro prêmios consecutivos do Jogador do Ano, e é uma das figuras públicas mais populares do Brasil. Em 2011 levou o Santos a sua primeira Copa Libertadores da América dos últimos 48 anos. A divulgação da mudança para a Europa veio em 2013, para se juntar ao FC Barcelona. Neymar ajudou a potência espanhola a conquistar títulos nacionais e internacionais, como a Liga dos Campeões da UEFA. Pelo Brasil vence a Copa das Confederações em 2013 e foi a grande esperança para vencer a Copa do Mundo em 2014 no Brasil e trazer o título que ainda falta para a seleção canarinho nos Jogos Olímpicos.
Na preparação da seleção para a próxima Olimpíada e Copa do Mundo, uma nova garotada sonha com a convocação e com a classificação. Muito treino é necessário, mas o principal é a certeza de que novos craques brasileiros terão a oportunidade de virar notícia nacional.