Quem nunca ficou confuso ao levar o carro em uma oficina mecânica e até ficou em dúvida se um reparo era mesmo necessário? Depois de muitas idas e vindas para consertar seu veículo, Agda Oliver resolveu estudar o assunto e criar um local para que as motoristas se sentissem mais confortáveis.
Para se preparar para o mercado, Agda estudou mecânica, gestão empresarial, gestão de pessoas e marketing. Além disso, foi a campo, fez pesquisas, leu muito a respeito do assunto e tentou entender a necessidade que existia na época.
Agda Oliver – Crédito: divulgação
Ao estudar no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), encontrou pessoas que acreditavam na mesma ideia e contratou outras mulheres que pudessem trabalhar no projeto. Depois de muito planejamento, em 2010 Agda inaugurou a Meu Mecânico, empresa de reparação automotiva de veículos leves na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal.
Com toda essa preparação, ela se antecipou e conseguiu se destacar em um mercado que ainda é pouco explorado. De acordo com um mapeamento da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego com dados do Departamento Nacional de Trânsito, até março de 2021 havia o registro de 25,8 milhões de mulheres motoristas no país. Isso significa que 35% das pessoas que possuem Carteira Nacional de Habilitação válida no Brasil podem não estar satisfeitas com o atendimento feito em oficinas tradicionais.
Atenção no atendimento
A Meu Mecânico atende a todos os tipos de pessoas, mas cerca de 70% dos clientes são mulheres e muitas delas se queixam da maneira como foram tratadas em outras oficinas. Para evitar problemas, Agda indica que o cliente sempre esteja atento ao atendimento, verifique se a empresa possui certificados, funcionários uniformizados e orçamentos impressos com o preço individual das peças e serviços a serem realizados. “Quanto mais transparente a empresa for nesse primeiro atendimento, mais certa também será a veracidade da revisão”, acredita ela.
Equipe Meu Mecânico – Crédito: divulgação
Apesar da mudança de ambiente, Agda tem conseguido fazer o que gosta e se tornou uma referência. Quando saiu de uma empresa privada, ela pensou que sentiria falta das viagens que fazia, mas a Meu Mecânico a tornou conhecida e requisitada para fazer palestras, inspirando outras pessoas a investir no setor automotivo.
Os bons resultados dos negócios também podem ser avaliados pelos prêmios que tanto Agda quanto a oficina têm recebido. A proprietária da Meu Mecânico recebeu o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, que abriu muitas portas para ela. “Eu cresci profissionalmente e a minha empresa se tornou conhecida no Brasil todo, trazendo mais clientes e mais credibilidade no mercado”, diz ela.
Além disso, no ano passado ela foi uma das finalistas do Prêmio Empretec para Mulheres Empresárias, premiação feita pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, que destaca empreendedoras que aplicaram os conhecimentos adquiridos para transformar suas comunidades após a participação no Empretec, metodologia desenvolvida pela Organização das Nações Unidas.
Equipe Meu Mecânico – Crédito: divulgação
“O Prêmio Empretec já me levou a patamares internacionais. Estou desfrutando das conquistas e sei que ainda vem muita coisa boa por aí. Tudo ocorreu em meio à pandemia e, surpreendentemente, consegui bater minhas metas com tranquilidade”, comemora Agda.
E apesar do sucesso nos negócios, ela nem pensa em se acomodar. Agda e seus colaboradores continuam fazendo treinamentos com consultores especializados e parceiros e já se preparam para um novo projeto: o lançamento de uma franquia. Essa é mais uma prova de que existe demanda por um atendimento atencioso, que pode fazer toda a diferença para conquistar mais clientes.