Nada mais oportuno do que, no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, falar sobre a presença feminina no mercado de trabalho. Embora este não seja um caminho fácil a se percorrer, muito já foi conquistado e o espaço vem sendo ocupado pelas mulheres com muito empenho e competência.
Marina Loureiro, estudante do último ano de Engenharia Química da FEI, em São Bernardo do Campo (SP) e Estagiária de Engenharia de Materiais da Pirelli, em Santo André, está no início da vida profissional e é um exemplo de que lugar de mulher é onde ela quiser. Ela atua em uma área em que a predominância é masculina, mas se mostra otimista sobre o espaço da mulher no mercado de trabalho. “Há lutas que estão um pouco mais atrasadas historicamente do que outras. Para as mulheres, vejo que a sociedade está mais amadurecida, o que não significa que não tenhamos muito que avançar. Mas com os debates que temos visto e os avanços do próprio mercado de trabalho, vejo que são bem visíveis nossas vitórias”.
No ano passado, Marina participou de uma live para o projeto Woman Inside Pirelli, intitulada Lugar de Mulher é na Engenharia de Materiais, em que destacou a presença feminina na área. “O mercado da Engenharia ainda é muito masculino, mas o cenário está começando a mudar aos poucos. Já começamos a ver um número cada vez maior de Estagiárias e Engenheiras em início de carreira”, diz.
Desconstrução de valores
Para Marina, o caminho para a construção sólida de um lugar mais igualitário para as mulheres no mercado de trabalho passa, invariavelmente, por desconstruir valores e ideias pré-concebidas. “O que a gente precisa a todo momento é trabalhar para desconstruir a imagem de que alguns cargos e posições devem ser ocupadas exclusivamente por homens. A mulher mais do que provou sua plena capacidade para estar onde ela quiser”.
Essa mudança de visão deve passar, inclusive, pelas próprias mulheres, destaca Marina. “Muitas vezes na hora de escolher um curso que é dominado por homens, as mulheres se retraem, por acharem que podem ter alguma dificuldade no processo de seleção para cargos no futuro e que serão preteridas por homens”, mas, apesar deste receio, muitas mulheres já estão se inserindo neste ambiente e ganhando espaço.
Para o futuro das mulheres, Marina enxerga o cenário como positivo: “no curto prazo ainda temos um caminho grande a percorrer. Porém, no futuro acho que a distinção entre gêneros no mercado de trabalho tende a desaparecer. Já temos inúmeros exemplos de líderes mulheres que têm feito toda a diferença”.