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Uma página escrita por muitas mãos

O Circuito Panamericano completa dois anos de atividades em Elias Fausto (SP)

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O mês de agosto celebra um marco especial para a Pirelli: o aniversário do Circuito Panamericano. Em 2022, o maior e mais avançado complexo multipistas da América Latina completa dois anos de atividades. É mais uma página adicionada ao rico livro de histórias da companhia italiana no Brasil, mas que precisou de muitas mãos para ser escrita. Mãos que fazem do “CP”, como é chamado pelos funcionários, um exemplo quando se trata do mais alto nível em inovação e tecnologia.

Camila Maluf, CEO do Circuito Panamericano, é uma dessas mãos. Como grande comandante do CP, ela já participou ativamente de incontáveis realizações no espaço, entre cerimônias institucionais e lançamentos de produto da Pirelli, passando por visitas de autoridades nacionais e internacionais, além de apresentações de carros e motos das principais fabricantes do mundo. Camila tem um grande xadrez em mãos.

“O segredo é: planejamento, organização e foco no resultado. Nenhum evento é organizado ou decidido do dia para a noite. Então, caminhando de forma muito alinhada com a área de R&D, conseguimos traçar uma agenda bem programada para não inviabilizar ou atrasar os testes de engenharia e ao mesmo tempo não perder as oportunidades comerciais com nossos clientes do mercado. O time todo está empenhado em trazer resultados para o Circuito Panamericano e empolgado com a visibilidade que esses eventos têm trazido não só para a Pirelli, mas para nosso campo de provas”, afirma.

Uma página escrita por muitas mãos 01
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Camila nos 150 anos da Pirelli: liderança feminina na empresa – Foto: Divulgação/Pirelli


Construído com o principal objetivo de ser um palco para o desenvolvimento dos produtos da Pirelli, o Circuito Panamericano possui um time muito capacitado para essa missão. São nada menos do que sete pistas de testes no terreno localizado em Elias Fausto, interior de São Paulo, e no controle disso tudo está Marcelo Moreno. Coordenador do Campo de Provas e Testes Outdoor, ele tem um verdadeiro quebra-cabeça para administrar.

“Os desafios são vários, mas creio que a agilidade com a qual atendemos as demandas seja o maior deles. Quando se programa um teste, muitas coisas estão envolvidas, como a disponibilidade de pista, agenda dos pilotos, carros, rodas, pneus e, por fim, as condições climáticas, tudo tem que ser verificado e sincronizado para dar certo. Através de uma organização muito bem estruturada, com sistemas eficientes e equipe comprometida, conseguimos nos adaptar e atender às solicitações da engenharia e das montadoras”, comenta.

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Marcelo no lançamento dos produtos Car em 2021 – Foto: Luciana Aith e Bruno Mooca


Se Marcelo é o responsável por administrar as constantes demandas no Circuito Panamericano, são os pilotos que colocam os produtos para teste na prática. Um deles é Alexandre Favero, conhecido como “Xandão”, que ressalta a importância de uma fabricante de pneus ter sua própria pista para o desenvolvimento de novas tecnologias.

“O pneu é um item de direta e extrema complexidade para o carro. Dirigibilidade, segurança, ruído, frenagem e consumo de combustível são alguns dos aspectos a serem levados em consideração. Por esse motivo, os pneus estão em constante evolução e adequação às exigências das montadoras. Com isso, precisamos de um complexo de pistas para que possamos simular o máximo de condições do cotidiano dos motoristas.”

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Xandão é especialista em testes de pneus para carros – Foto: Luciana Aith e Bruno Mooca


Fabio Beretta, que assim como Xandão é responsável por testar pneus para carros, acrescenta:
“Cada uma das pistas dentro do complexo foi projetada não exclusivamente, mas com foco principal nos testes de pneus. Desde o tipo de pedras usadas no pavimento, da espessura da lâmina d'água na pista “WET”, até ao ângulo das curvas, nada é por acaso. Tudo foi pensando, projetado e é constantemente controlado. Através desse controle minucioso temos sempre as melhores condições de testes, o que gera resultados mais confiáveis e, por fim, desenvolvimentos mais rápidos e assertivos.”

Uma página escrita por muitas mãos 04
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Beretta acompanha teste da F4 Brasil no Circuito Panamericano – Foto: Rian Assis


A Pirelli, como se sabe, não produz apenas pneus para automóveis. Um dos grandes focos da empresa é o mercado das duas rodas, e no Circuito Panamericano, Eduardo Zampieri, o “Minhoca”, é o homem encarregado de testar esses produtos. Experiente piloto, além de ter uma carreira frutífera como avaliador de motocicletas no universo editorial, Minhoca dá feedbacks precisos, alinhados diretamente com a equipe de engenharia na matriz da Pirelli em Milão, na Itália.

“A integração é total. Temos que estar alinhados tanto na análise, quanto na maneira de executar os testes. Afinal de contas, fabricamos pneus aqui no Brasil, e que vão para a Europa, enquanto muitos outros que são fabricados na Europa ou na Ásia acabam comercializados aqui. Os pilotos estão sempre viajando, trocando opiniões e testando nos mais variados lugares espalhados pelo mundo. É muito importante entender como os usuários de motocicletas estão utilizando suas motos e o que eles esperam de um pneu, seja na América do Sul, nos Estados Unidos ou na Europa e na Ásia”, diz.

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Minhoca, ou Eduardo, durante sua participação em testes na Alemanha – Foto: Acervo pessoal


Minhoca, entretanto, não sai do box sem a contribuição fundamental de outro funcionário: Flávio Terra, o “Flavião”, responsável por preparar a moto que irá para a pista.

“Logo cedo, recebo um documento do engenheiro que é um pedido para realização de teste. Esse documento recebe o nome de Richiesta, que contém as seguintes informações: objetivo do teste, qual a motocicleta, quais são os pneus de referência e quais as provas. Com base nessas informações, começo a preparar a motocicleta e a sequência do teste, para que o nosso piloto Eduardo Zampieri possa dar continuação na avaliação dos pneus nas pistas.”

Uma página escrita por muitas mãos 06
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Flavião em ação em etapa do SBK Brasil no Autódromo de Interlagos – Foto: Sampafotos


Como se pode atestar, o Circuito Panamericano, além de um complexo multipistas, é também complexo em suas diferentes facetas. Um dia, o CP acorda pronto para uma sequência de testes. No outro, um grande evento toma conta do espaço. É nessa alternância, que envolve uma colaboração conjunta de todas as áreas e seus respectivos funcionários, é que se evolui. Já são dois anos de história, mas o futuro é uma página em branco para o Circuito Panamericano. O certo é que não faltam candidatos a preenchê-la com novas e emocionantes passagens.

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