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Quatro clássicos para conhecer o cinema italiano

Pegue seu balde de pipoca – ou um belo pedaço de pizza – e prepare-se para conhecer o clássico cinema italiano

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Com paisagens deslumbrantes e uma importante história cultural de arte, a Itália também abriga uma produção cinematográfica singular e impactante. Embora o cinema italiano seja pouco divulgado, vale a pena conhecer sua expressão. Os clássicos italianos são inspiração e referência para o cinema contemporâneo. Nas produções atuais (e nem as tão atuais assim), muitos diretores bebem de fontes que brotaram na Itália. Por isso, pensamos em uma pequena (mas grandiosa) lista para conhecer aqueles filmes clássicos italianos que não podem faltar no repertório de qualquer aspirante a cinéfilo.

1. Roma città aperta (1945)

De tom neorrealista, o filme de 1945, Roma città aperta, de Roberto Rossellini, nos apresenta uma intensa e agitada narrativa imersa no contexto histórico de Roma durante a ocupação nazifascista em 1944. É uma história importante sobre a resistência aos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Prestigiado com o Grand Prix de Cannes, o filme nos conta a união entre grupos políticos e religiosos para combater a pressão das tropas por meio de uma nova estética para o cinema italiano e mundial.

2. Una giornata particolare (1977)

É um filme de Ettore Scola, lançado em 1977, que com um tom dramático e introspectivo produz desde o início uma atmosfera própria para que a narrativa possa se desenrolar. Nos conta a história de duas personagens que se descobrem pouco a pouco. Separados apenas por portas diferentes, esses dois vizinhos se conhecem quando o pássaro de Antonieta (Sophia Loren) foge da gaiola e vai para a janela de Gabrielle (Marcello Mastroianni). Ela uma solitária mulher que trabalha nos afazeres de casa, ele um homem recém demitido da rádio que trabalhava por conta de sua sexualidade. Entre conversas profundas, danças na sala e roupas estendidas ao sol, pouco a pouco desenvolvem uma amizade muito especial.

3. Suspiria (1977)

Dirigido por Dario Argento, Suspiria se consagrou entre os clássicos do terror por sua atmosfera aterrorizante criada, acima de tudo, por meio da fotografia com cores fortes, em especial o vermelho e o azul. O longa conta a história de Suzy (Jessica Harper), uma bailarina nascida nos Estados Unidos que se muda para a Europa ao ganhar uma bolsa de estudo em uma das escolas de dança mais importantes da região. Porém, o que parecia um sonho se transforma em um pesadelo quando diversos fenômenos sobrenaturais passam a acontecer e, tentando desvendar os mistérios do local, a estrangeira tem sua vida colocada em risco. Um dos filmes mais aclamados dos anos 1970, Suspiria voltou as telonas no ano de 2018, com um remake feito pelo diretor Luca Guadagnino, cujo objetivo foi, mais do que simplesmente refazer o longa, prestar uma homenagem ao filme de 1977, reforçando mais uma vez sua importância como um marco para o gênero do terror.

4. La vita è bella (1997)

Um filme de Roberto Benigni que traduz com delicadeza os longos anos do fascismo italiano, mas na perspectiva de um pai que faz de tudo para amenizar os traumas em seu pequeno filho. O filme estreou na Itália em 1997 e é considerado como uma obra de comédia dramática. Na história, o pai e o filho são levados para um campo de concentração durante a ascensão do nazismo na Itália, Guido (Roberto Benigni) passa a desempenhar um papel de distração para que seu filho não se percebe da situação que estava inserido. Entre gincanas e brincadeiras, La vita è bella nos conduz em um filme além do retrato histórico que o contexto nos apresenta, mas demonstra a sensibilidade de um pai para transformar o mundo ao redor de seu filho, ainda que fosse inescapável o destino que os esperava.

5. Lei mi parla ancora (2021)

E agora… um bônus. O longa Lei mi parla ancora chegou ao Brasil durante o Festival de Cinema Italiano de 2021, ano em que foi o grande vencedor do Prêmio Pirelli de Cinema, com o maior número visualizações em streaming e em salas de cinema em todo o país ao longo do festival. O filme conta a história de Nino (Lino Musella) e Caterina (Isabella Ragonese), que se apaixonaram à primeira vista e tiveram sessenta e cinco anos de um casamento repleto de ternura e paixão. Com a morte da mãe, uma das filhas do casal tenta ajudar o pai a superar a perda do grande amor de sua vida. Para isso, ela entra em contato com Amicangelo (Fabrizio Gifuni), um editor de livros que deseja tornar-se um romancista, para que ele possa eternizar o amor de seus pais por meio de suas palavras. O aspirante a escritor aceita o trabalho não por se interessar na história, mas por estar precisando do dinheiro que a tarefa poderia lhe render. Chegando lá, porém, Amicangelo se depara com um Nino (Renato Pozzetto) mal-humorado e indisposto a relatar sua história. À sua frente, o autor tem um desafio maior do que esperava, mas, com o passar do tempo e da convivência, nasce uma sensível e profunda amizade.

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