Receber o Calendário Pirelli no Museu de Arte Multimídia em Moscou (a Casa da Fotografia em Moscou) é uma honra para nós. Mas mais importante do que isso, foi uma escolha, com suas origens em 2005, quando exibimos o melhor dos 40 anos do Calendário Pirelli na seção da Bienal da Fotografia dedicada aos estilos de vida e moda internacionais. Foi um sucesso. Não tínhamos dúvida sobre o apelo na mídia desses conteúdos dos pontos de vista editorial e artístico, mas tivemos o prazer de ver que a exposição foi apreciada não somente pelo público em geral, como também por importantes entusiastas da fotografia.
E assim nasceu uma tradição: todos os anos trazemos a edição corrente do The Cal™ para Moscou, uma ação perfeitamente alinhada com as escolhas do museu. De fato, vale a pena lembrar que um dream team de fotógrafos famosos mundialmente tem trabalhado nos calendários desde 1964, quando foi publicado o primeiro Calendário Pirelli na Inglaterra. Helmut Newton, Peter Lindbergh, Sarah Moon, Norman Parkinson, Herb Ritts, Richard Avedon, Bruce Weber, Mario Testino, Nick Knight, Patrick Demarchelier e Annie Leibovitz, para citar apenas alguns dos fotógrafos que ajudaram o The Cal™ a conquistar seu status icônico. Além disso, quase todos esses fotógrafos tiveram exposições individuais em nosso museu em Moscou. Assim, quando mostramos seu trabalho na Pirelli, é quase como se estivéssemos relembrando a nossos visitantes que nossas escolhas têm uma certa lógica e que fazem parte de um plano reconhecido globalmente.
Neste ano, o vigésimo aniversário da Bienal da Fotografia, o Museu de Arte Multimídia de Moscou também está concentrado em um de seus temas principais: o conceito de identidade. Um tema belamente tratado na obra de Annie Leibovitz, que temos o orgulho e a honra de expor. É claro, trata-se de uma das mais conhecidas e respeitadas fotógrafas do mundo. Assim, não é por acaso que em 2000 o museu fez uma retrospectiva de sua obra. Entretanto, sua abordagem neste Calendário específico realmente nos emocionou. Em seu mais recente projeto para a Pirelli, ela foi bem-sucedida em transmitir simultaneamente a força, caráter, estilo de vida e estado de espírito do tipo de mulher que pode mudar o mundo. Existe algo heroico nessas fotografias.
Ouvimos muito ao redor do mundo sobre a nova visão da beleza feminina. Os antigos estereótipos que buscavam fazer as mulheres seguir um único padrão de beleza foram abandonados. Começamos a demonstrar maior aprecço pela beleza natural e pela individualidade das mulheres. Não é apenas uma mudança nos padrões estéticos, mas também um direito adquirido pelas mulheres, cada vez mais envolvidas ativamente na vida social, política, econômica, científica e cultural.
Tudo isso é pertinente no último Calendário Pirelli: a escolha de personalidades que exemplificam as diferentes áreas da sociedade onde as mulheres estão tomando a iniciativa, bem como a visão compartilhada que temos ao olharmos seus retratos.
Annie Leibovitz provou ser mestre em composições complexas, mesclando perfeitamente as vidas e visuais de suas heroínas. Em seu mais recente trabalho para o Calendário Pirelli, optou pela total austeridade e simplicidade. Seus retratos em preto e branco em um fundo de estúdio parecem simples. No entanto, a fotógrafa conseguiu captar a ideia principal, isto é, a força individual de cada uma das mulheres e sua capacidade de tomar decisões e de atingir objetivos. Longe de desvalorizar a beleza feminina, ela permitiu que esta emergisse ainda mais claramente.